Germinação e Propagação da Rainha

Desde que comecei a cultivar o Jagube e a Rainha, como já relatei anteriormente, tive muito mais dificuldades com a Rainha do que com o Jagube. Dessa forma, houve um descompasso entre a disponibilidade do Jagube e da Rainha. Hoje, já tenho cipós com um grau mínimo de maturidade para um feitio, mas não tenho as folhas de Rainha em quantidade suficiente. Isto tem me frustrado um pouco, pois preciso retirar dois cipós, mas somente o farei caso possa utilizar as plantas para um feitio. Estamos aguardando surgir algum irmão ou irmã disposto a fazer uma doação de folhas de rainha para nosso feitio.

Para todos que desejam cultivar suas próprias plantas e produzir seu próprio sacramento, aconselho considerar seriamente, primeiro, a formação do seu Jardim de Rainhas. São plantas com desenvolvimento lento, principalmente em regiões climáticas muito diversas das condições originais da espécie. De toda maneira, independentemente das condições climáticas e do ritmo de desenvolvimento da planta, a Rainha possui uma característica muito interessante, que é a fácil propagação de mudas através das próprias folhas.

Sempre que possível, colho algumas folhas e ponho para germinar em água. Nos meus estudos, este tem sido o método mais eficaz de propagação. Tinha visto outras pessoas que cultivam a Rainha, conseguirem mais de 10 brotos oriundos de uma mesma folha! Isto nunca aconteceu com as minhas folhas. Normalmente, após uns 3 meses, brotavam no máximo de 2 a 4 mudinhas de uma única folha da Rainha imersa em água, mesmo utilizando hormônio enraizador. Dessas brotações, na maior parte das vezes, somente um broto se consolida como muda. Assim, normalmente, consigo uma única muda por folha.

Seguem algumas fotos das folhas e suas brotações em água e o transplante das mudas.

É importante não colocar mais que três folhas por recipiente e trocar a água com uma certa regularidade. Além é claro de exposição à luz solar indireta.

Esta folha está com mais de 5 brotinhos.

O sistema radicular está se desenvolvendo bem, isto é um fator para o sucesso das futuras mudas.

Uma das folhas germinadas em água, foi plantada em substrato e duas mudinhas se desenvolveram. Decidi mergulhar o torrão em água e separar as mudas. Além disso, retornei a folha para a água, a fim de observar se a mesma gerará novos brotos de Rainha. Após isso, plantei cada mudinha de Rainha em vasos de 8 litros, além de manter uma pequena cúpula sobre as mudas para manter a umidade. Vou repetir este mesmo processo em uma outra folha de Rainha plantada em substrato e que também está com dois brotos se desenvolvendo. 

Torrão mergulhado em água para a separação das mudas.

É preciso muito cuidado ao manipular as mudas para não danificar as raízes e estressar a planta o mínimo possível.

Sistema radicular bem desenvolvido e raízes muito saudáveis (cor clara).

Neste momento, é importante trabalhar com o máximo de assepsia. A lâmina do estilete foi esterilizada. O ideal é trabalhar com uma lâmina nova. 

Detalhe das raízes.

Separação das duas mudas.

A muda de Rainha ficou com uma quantidade satisfatória de raízes.

Mudas separadas, repousando em água e aguardando o plantio em solo.

Detalhe das raízes da segunda muda.

Destaquei a folha e coloquei ela novamente em água para a indução de novos brotos.

As duas mudas plantadas em vasos individuais. O substrato é uma mistura de terra vegetal, perlita, adubo de gado e areia média.

Mudas e solo regado e cúpulas de garrafa PET para manter a umidade.

Esta cúpula é indispensável para o desenvolvimento da muda, pois mantem um bom microclima.