quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Visitantes do Jardim

Quando adquirimos nossa propriedade buscamos manter o máximo possível a flora e a fauna local, respeitando os seres aqui presentes antes de nós. Introduzimos várias espécies vegetais, além do Jagube/Mariri e da Rainha/Chacrona, diversas árvores frutíferas e também nativas do cerrado (lichia, banana, mamão, amora, goiaba, caju, siriguela, jaca, cacau, romã, macadâmia, abacaxi, jaracatiá, ipês, pequi, moringa, mulateiro, manacá, ora-pró-nóbis, etc) e várias plantas medicinais, que são nosso patrimônio de cura (sabugueiro, babosa, erva-cidreira, capim santo, citronela, carqueja, saião, cana-do-brejo, uva-do-mato, confrei, avelois, losna, boldo, entre outras). Vale citar também a mandioca, e as adubadoras (feijão guandu, feijão de porco, mucuna preta, crotalária).
Apesar de estarmos em um local entre a zona rural e urbana, sempre tivemos vários visitantes em nosso quintal, como pássaros de diversas espécies (papagaio, arara, maritaca, tucano, beija-flores diversos, joão-de-barro, sabiá, pica-pau, coruja, pombo do cerrado, rolinha, sanhaço, tico-tico, curuíra, tiziu, canário, anú branco, anú preto, gavião, perdiz, pardal, bem-te-vi, suirirí, entre outros que nem mesmo conseguimos identificar ainda), répteis variados (lagartos e cobras), também sapos e rãs de vários tamanhos e tipos diferentes e até alguns animais grandes como lobo-guará (deixou somente pegadas e um pouco de pêlo na cerca), saruês, preás e além de um inusitado casal de furões brasileiros! Não podemos deixar de citar a variedade de insetos (aranhas de todos os tamanhos e tipos, borboletas, besouros, abelhas, etc, etc, etc). Vivemos em uma região que ainda apresenta biodiversidade, apesar do “avanço” da cidade cerrado adentro e sinto que tudo que cultivamos aqui vai sempre trazendo mais e mais visitantes.

Compartilho alguns registros que fizemos dos nossos mais que bem vindos visitantes. Não são muitas fotos, mas acho que vale a pena compartilhá-las.

Sapo no meio da ora-pró-nóbis

Outro sapo dentro do viveiro aproveitando a irrigação.

Corujinha caçando insetos na luz da nossa varanda.

Pica-pau do campo.

Pica-pau novamente.

Pica-pau do campo.
Joaninha no Jagube.

Abelha na flor do Jagube.

Inseto estranho que não sei o nome.

Estes são moradores na verdade, Florzinha e Petrusco.  Foram acolhidos das ruas e estão conosco a uns três anos.

Estes são os mais novos integrantes da família, Ananda e seus filhinhos. Estamos com ela a uns dois meses e seus filhos nasceram a mais ou menos 20 dias. Todos os bichinhos que cuidamos acolhemos das ruas.

Filhotes da Ananda, ainda não foram batizados.




quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Evolução das Rainhas

As fotos postadas anteriormente foram da primeiras mudas plantadas no solo. Antes dessas, tive em torno de 10 a 12 mudas de Rainha em vasos e que acabei perdendo. Não sei exatamente os motivos, mas elas acabaram morrendo. Não desisti de zelar por esta planta tão especial, mas tive que ter mais cautela e estudar a melhor forma de ambientá-las em condições tão adversas quanto o Cerrado. Seguem algumas fotos da evolução das primeiras mudinhas de Rainha:

Chacronas Brancas (Psychotria alba). Esta é a mais utilizada pela UDV.

Rainha Cabocla (Psychotria viridis). Esta é a mais utilizada pelos grupos Daimistas.. Instalei algumas telas sombrite para filtrar a luz solar. 

Rainha Cabocla (Psychotria viridis)

Rainhas Caboclas (Psychotria viridis). A Rainha no vaso já é uma "filha" nascida no Cerrado, portanto mais ambientada que as outras. Estou fazendo alguns clones especificamente deste indivíduo.

Chacronas Brancas (Psychotria alba) novamente.

Chacrona Branca (Psychotria alba)

Chacrona Branca (Psychotria alba) crecendo e aparecendo!

Caboclas.











As primeiras Rainhas

Como disse na postagem anterior, a Rainha precisa de condições similares às suas condições originais para se desenvolver adequadamente. O Cerrado Brasiliense é bastante seco, com um único período de chuvas mais constantes. A melhor estratégia que encontrei então foi criar micro clima com a presença de bananeiras. Além da sombra proporcionada pelas largas folhas, a bananeira mantém a terra sempre úmida, o que é bem desejável para o cultivo da Chacrona. Primeiramente, mantive as mudas de Rainha em vasos na minha varanda, com exposição de sol pela manhã por umas duas horas, no máximo. Depois, plantei algumas mudas de bananeira, esperei que elas se estabelecessem para só então arriscar plantar algumas mudas de Rainha. É preciso manter a irrigação constante. Caso não queira fazer regas manualmente todos os dias é interessante investir em algum sistema de irrigação. Em outra postagem falaremos mais sobre sistemas de irrigação. 

Rainha plantada em vaso e na varanda.
 Depois de criar as condições mínimas, senti que era o momento de tentar o plantio em solo. Plantei duas mudas de Chacrona Branca e duas mudas da Rainha Cabocla.

Muda de Chacrona Branca (Psychotria Alba). Mantenho esta proteção ao redor da planta para evitar as formigas cortadeiras e outros bichinhos até que a planta se firme.

Outra muda de Chacrona Branca.

Muda de Rainha Cabocla (Psychotria viridis). Além das bananeiras consorcio também o feijão guandú e a mandioca.

Outra muda de Rainha Cabocla (Psychotria viridis).


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Rainha ou Chacrona - Primeiras Experiências de Cultivo

Nesta postagem trataremos sobre a nossa amada planta professora Chacrona ou Rainha. É dito que esta planta é quem possuí a Luz e, por sua vez, proporciona a Miração. Em termos químicos, seria a portadora do DMT – Dimetiltriptamina, alcalóide responsável pelas visões que a Ayahuasca produz em quem a ingere. Particularmente, acho que se prender ao aspecto químico em detrimento do aspecto psico-místico-espiritual é algo estúpido. Reduzir a experiência e o aprendizado que estas plantas professoras nos proporcionam em termos químicos é pequeno demais. Esta discussão fica para outro momento.
Voltando ao manejo e plantio da espécie, tenho tido muitos aprendizados a respeito. Primeiro, por ser uma espécie muito, mas muito difícil de cultivar fora das condições climáticas adequadas e originais da planta. Segundo, por ser uma espécie vegetal muito bela e com uma energia diferente. Quando estou próximo das minhas Rainhas, seja das plantas que estão crescendo, seja fazendo mudinhas, me sinto realmente muito bem. É algo difícil de objetivar em palavras, mas é uma experiência única e que me traz muita satisfação, paz e alegria.

A Chacrona ou Rainha é uma arbustiva da família do Café, portanto uma Rubiácea. Inclusive, as semelhanças físicas de ambas as plantas são bem notáveis. Na tradição Daimista, esta planta professora é conhecida como Rainha, a contraparte feminina da bebida Daime ou Ayahuasca, é a Luz. O Cipó é a contraparte masculina, a Força. Já o nome Chacrona ou Chacruna, denominação mais comum na UDV, vem do Quéchua “chaqruy” e quer dizer “mistura” ou “mescla”, ou seja, o ingrediente adicionado ao chá. Uma das espécies, a mais utilizada na tradição Daimista, é a Psychotria viridis, popularmente conhecida com Rainha Cabocla. Já na UDV, a Chacrona mais utilizada é a Psychotria Alba, conhecida como Chacrona Branca. Existem inúmeras outras variedades da espécie e não sei se todas possuem as propriedades necessárias para a produção do Daime/Ayahuasca. Eu, particularmente, somente cultivo as duas citadas. Caso queiram aprofundar o estudo das variedades, consultem: 




Ilustração científica da Psychotria viridis, com os diversos aspectos da planta.

Psychotria viridis com seus frutos característicos.
Folha e frutos do Café, nome científico Coffea arabica L.
Exemplares de folhas de duas espécies de Rainha. Percebam a diferença no formato e tamanho das folhas e a similaridade com a folha do café.
No meu cultivo, fiz questão de cuidar das duas variedades, tanto a Rainha Cabocla (Psychotria viridis) quanto a Chacrona Branca (Psychotria Alba). Apesar de focar mais na Rainha Cabocla, Psychotria viridis. Bem, em termos práticos, não foi muito fácil cultivar está planta aqui na minha região (Cerrado). Aliás, sendo bem franco, foi difícil demais conseguir criar condições para que esta notável planta prosperasse em meu jardim. Como disse anteriormente em outra postagem, o Cipó se adaptou maravilhosamente bem ao clima seco e quente do Cerrado Brasiliense. Já com as Rainhas foi uma história completamente diferente.
Perdi diversas plantas até conseguir firmar as que zelo aqui hoje em dia. Foram em torno de 10 a 12 plantas perdidas. As primeiras Rainhas, inclusive, chegaram a florescer e frutificar, mas, de repente, morreram sem causas muito claras. Se bem que, na ocasião, estávamos no mês de agosto/setembro, os meses mais secos aqui no Distrito Federal. Cuidava muito da irrigação da raiz bem como das folhas, duas a três vezes por dia. Pesquisando, percebi que estas plantas somente prosperam quando se cria um micro clima adequado para elas. Este micro clima deve imitar as condições originais da planta, ou seja, bastante umidade, calor e irrigação constante. Aprendi isso a duras penas, só de lembrar das minhas primeiras Rainhas perdidas, fico bem triste...
Agora, depois de algum trabalho, consegui firmar algumas plantas. Em outras postagens iremos detalhar quais as providências que tive que tomar para que pudesse ter estas maravilhas vegetais aqui no meu quintal.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Cultivo Ecológico do Jagube e da Rainha

As informações que serão disponibilizadas nesta postagem são, originalmente, de autoria de um irmão que possuia um trabalho com as Sagradas Plantas da Medicina da Floresta. Este irmão foi quem me permitiu ter acesso às primeiras mudas de Jagube e Rainha que cultivo hoje. Tomo aqui a liberdade de postar as informações que ele me repassou sobre o cultivo dessas duas plantas magníficas. Na época, mais ou menos três anos atrás, eu era totalmente leigo no assunto.  Não que agora eu seja um "expert", longe disso, pois este aprendizado não tem fim. Sendo assim, as dicas me valeram muito e garanto que serão valiosas a todos que queiram se lançar no cultivo do Jagube e da Rainha.
Sobre as dicas, são informações básica e determinantes para o sucesso de um cultivo. Vale lembrar que as dicas devem, antes de tudo, ser norteadoras e não regras absolutas e definitivas. As dicas são importantes, mas a experimentação direta é mais importante ainda. Eu mesmo, procurei experimentar e fazer outras proporções de substratos, ou mesmo utilizar outros tipos de solos e adubos. De qualquer forma, acho as informações muito válidas, por isso resolvi postá-las aqui.



Cultivo Ecológico do Jagube e da Rainha

SOLO: leve, rico em matéria orgânica, bem drenado.
Exemplos:
2 partes de terra vegetal, meia de areia e meia de terra vermelha
1 parte de terra vegetal, meia de húmus de minhoca, meia de fibra vegetal, meia de terra vermelha, meia de areia
1 parte de terra vermelha, 1 de esterco bovino bem curtido, meia de areia
1 parte de terra vegetal, 1 parte de vermiculita, meia de húmus de minhoca, meia de terra vermelha
No solo agroflorestal: misturar diretamente na cova com a terra do local e a adubação orgânica após calagem com calcário, de preferência o dolomítico.  Revolvendo a terra aplicar uns 30 dias  antes ou superficialmente sobre o solo em volta do pé no momento do plantio.

LUMINOSIDADE: Para o jagube: semi sombreado ou ensolarado.
Para a Rainha: semi sombreado ou ensolarado algumas horas do dia e sombreado a maior parte.

ÁGUA: Manter úmido sem encharcar.

FORMAS DE CULTIVO: Vasos, canteiros, agrofloresta, estufas. Os jagubes precisam de muito espaço, tendo que ser transportados para canteiros ou solo agroflorestal.

ADUBAÇÃO: 
Urina de vaca – 1 ml p cada litro de água, diluída e aplicada diretamente na base da planta e em volta da terra para mudas pequenas e 5ml para mudas grandes.
Húmus de minhoca
Esterco Bovino ou de Galinha bem curtido, ou seja, seco e esfarelado
Compostagem bem curtida

PH: aproximadamente 4,5
Correção do PH para um volume de substrato preenchendo vaso ou cova de 40x40x40cm como ex: acrescentar aproximadamente 200 a 250g de calcário se possível dolomítico.
Opções:  com 30 dias de antecedência, misturar revolvendo a terra na profundidade de 15cm ou ainda no mesmo dia do plantio, fazer um cordão sobre a terra em volta do caule no final do plantio e molhar. Sem encostar no caule.

DEFENSIVOS:
Calda de fumo: contra pulgões. 10ml por litro de água borrifando na área atingida
Calda bordalesa(sulfato de cobre com cálcio): contra brocas do caule, pulgões, doenças diversas. Não aplicar nas flores ou frutos nem nos brotos ou mudas novas.
Utilizar de 1 a 3ml por litro de água.
Cuidados:não ingerir,  não inalar, evitar o contato com as mucosas e lavar bem as mãos e o rosto após utilização de qualquer um dos compostos orgânicos aqui citados, principalmente a calda bordalesa.
Observação sobre o jagube: permitir que o mesmo tenha um condutor, podendo ser uma vara de madeira, um cordão de nylon, para se enrolar, conduzindo para árvore, ou caibro, tora, cerca, etc.

JAGUBE
SINÕNIMOS: MARIRI, CAAPI, CAPI, CABI,  AYAHUASCA, UASCA, OASCA, YAJÉ, CIPÓ DOS MORTOS, DAS ALMAS OU DOS ESPÍRITOS entre outros.
NOME CIENTÍFICO: BANISTERIOPSIS CAAPI, BANISTERIA CAAPI, BANISTERIOPSIS SP.
OBSERVAÇÃO: Existem vários tipos de caapi. Trabalhamos com os seguintes:
Caupuri / Tucumnacá / Ourinhos
Floração: de março a agosto nas regiões tropicais mais quentes e de maio a setembro nas regiões tropicais mais frias ou mais temperadas, que são tropicais de altitude, sub tropicais, etc.
Queda das sementes: de agosto a setembro nas regiões tropicais e de setembro a outubro nas sub tropicais.
Nas regiões mais frias do Brasil(serras do sul e sudeste) normalmente o jagube tem o aparecimento dos botões florais em maio e abertura das primeiras flores em junho, se prolongando no pé até setembro, quando já está com semente.
Fruto: sâmara alada contendo semente no  interior
Poder Germinativo: utilizar  até 30 dias após colheita, depois deste período a capacidade germinativa diminui e interrompe em 60 dias. Germinação: 2 a 3 semanas.
Porte:  até 30m de comprimento ou mais
Luminosidade: semi sombreado ou ensolarado
Melhores formas de cultivo: Agroflorestal ou estufas, vai bem até certo ponto em vasos, tendo que ser transportado posteriormente. Pode ser cultivado em canteiros e quintais.
Cuidados: evitar geada assim como vento e  sombra  excessivos.
Utilizar condutor de madeira, taquara, corda de nylon, para que o cipó possa ir se enrolando até uma árvore, cerca, tora, etc.

Diferenças entre os cipós
Caupuri: flores brancas matizadas de cor de rosa claro com miolo amarelo, ficando brancas com o passar do tempo. Caule com bolotas, crescimento e engrossamento maiores. Fica pronto para o corte bem mais rápido. Rende mais no preparo do sacramento. Teor de alcalóides maior.
Tucumnacá: flores cor de rosa claro com miolo amarelo, ficando brancas com o passar do tempo. Caule sem bolotas. Galhos mais flexíveis.
Ourinhos: flores idênticas às do tucumnacá, sensivelmente maiores .  Folhas sensivelmente maiores e mais amareladas. Caule sem bolotas e mais arredondado, galhos mais quebradiços.

RAINHA
Nome Científico: Psychotria viridis)
Sinônimos: Chacruna, Chacrona.

Diferença entre as rainhas:
Cabocla: folhas menores de cor verde mais escuro. Crescimento mais rápido. Maior quantidade de alcalóides.
Orelha de onça: folhas maiores de cor verde mais claro. Crescimento mais lento. Maior exigência em água e nutrientes.
Porte: Até 4m de altura
Floração: várias vezes ao ano.
Flores: pequenas, branco esverdeadas
Fruto: bagas vermelhas quando maduras contendo duas sementes cada
Germinação: 2 a 3 semanas
Tipos de cultivo principais: Agroflorestal ou estufas. Se adapta bem a vasos, trocando para vasos maiores com o passar do tempo.
Iluminação: semi sombreado ou sombreado com algumas horas de sol ao dia ou exposição pela manhã ou a tarde apenas.
Cuidados: evitar geada assim como vento e sol excessivos
Melhores formas de cultivo: Agrofloresta, estufa, vasos.

OBSERVAÇÃO: Não utilize agrotóxicos e se plantar no sítio evite a monocultura, dê preferência ao cultivo orgânico e policultura agroflorestal.

Substrato para propagação de mudas ou de sementes:
Meia parte de areia  e meia de terra vegetal.
Manter úmido em local semi sombreado até a germinação. Ao estarem bem enraizadas transportar para recipientes maiores para que enraízem bem  até que alcancem uns 25cm ou mais para serem plantadas no local definitivo.
As sementes de jagube são plantadas com as asas para cima, encobrindo apenas a cápsula que contém a semente
As sementes de rainha são duas, ficando no interior do fruto.
Ambas espécies podem ser propagadas através de enraizamento do caule.
No caso de estacas, use galhos com 2 a 3 nós, podendo ser mais nós para a rainha.
A Rainha pode ser propagada também pelas folhas, colocadas para cima e enterradas até a metade.

Informações ecológicas
As sementes de jagube são muito procuradas por periquitos, papagaios, maritacas e as de rainha por sabiá, entre outras aves. Os animais são muito importantes na disseminação e também para o desenvolvimento.

O jagube particularmente engrossa mais rápido quando as abelhas arapiá sem ferrão vêm roer seu caule. Não se preocupe com isso, é ótimo para a planta.

Ayahuasca
Sinônimos: santo daime, daime,  kamarampi, uasca, oaska, entre outros.
Sacramento e medicina da Floresta Amazônica.
É preparado com o cipó jagube, tendo como aditivo a Rainha,  outra,  ou mais plantas, dependendo do conhecimento tradicional  em que o uasqueiro esteja inserido. As mais comuns são a Rainha seguida da Chaliponga.
Originário de tribos nativas que passaram a manipular o cipó ao observarem sua utilização pelo jaguar (onça).
Posteriormente, os nativos repassaram o conhecimento aos caboclos da floresta e estes replicaram o sacramento para o mundo todo, até os dias atuais.

Cultivo Agroflorestal
As vantagens do cultivo agroflorestal
No cultivo agroflorestal o jagube e a rainha são consorciados com as árvores e também alimentos como mandioca e milho por exemplo. Dê preferência por árvores nativas e ajuda usar árvores de crescimento rápido. Pode ter algumas exóticas, principalmente se oferecer frutos para alimentação humana, animal e silvestre, também oferecendo lenha. As árvores são um quebra vento natural e protegem da geada.  Capoeiras são ótimos locais também.
Ayahuasca é um sacramento oriundo de caçadores inseridos em vida harmônica com a Natureza. Não tem sentido em destruir a vida para cultivar, mas sim, dar condições que nossa Mãe Terrena se recupere pois a Ela devemos o Sacramento e toda sabedoria,  amor e força que ele nos proporciona no seu ensino do bem viver e morrer.
Existem muitas outras formas de cultivo e todas são boas, desde que respeitando a vida em todas suas manifestações.
Existem várias formas de se preparar e usar o sacramento, todas muito boas desde que se faça bem feito.
Não entre na moda da monocultura nem dos venenos agrícolas.
Não entre na moda dos fundamentalismos religiosos e preconceitos.
Eles envenenam nossos corpos e almas.
Cuide da Terra, ela é Mãe de Todos, Rainha Suprema.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Espessura dos Jagubes (continuação)

Continuando a análise da espessura do Jagubes, agora mostrarei outros dois pés. Estes foram os primeiros que eu e minha companheira plantamos. Nas primeiras postagens do Blog tem foto deles bem no início. São os dois cipós que estão se apoiando na árvore de nome Capitão do Mato (Terminalia sp.).










Cipós entrelaçando.

Viva São Sebastião!!! Desde que plantamos estes dois cipós, colocamos este oratório de São Sebastião no pé dos Cipós e do Capitão.


Este cipó tem tres cordas. Na medição feita com o paquímetro deu 3,0 cm.

Espessura dos Jagubes

Meus primeiros cipós foram plantados a cerca de 3 anos mais ou menos. Como falei em postagens anteriores, somente os Tucunacás floriram este ano de 2013. Os Caupuris, por sua vez, ainda estão se desenvolvendo. Fiz algumas medições dos cipós com um paquímetro para ter uma idéia do que temos em termos de matéria prima para um feitio. Seguem algumas fotos.
Este é o Jagube Guardião, fica na porta de nossa casa.





Petrusco esfregando os bigodes no Jagube.

3,5 cm de espessura.

A base está com quae 3,5 cm de espessura.

Mais acima, a mesma medida (3,5 cm). Acho que já dá para fazer um bom Sacramento!